Em São Paulo, Lorena, de oito anos, está se recuperando bem de um transplante de coração realizado no Incor, um dos maiores centros de referência do país para esse tipo de cirurgia.
“Gosto de brincar com meu pai e minha mãe, gosto de fazer exercício físico. Acho muito legal participar desse programa pro Dia das Crianças”, diz Lorena.
Nesta semana, Lorena voltou para casa, após esperar cinco anos e dois meses por um novo coração. A cirurgia aconteceu no final de julho.
A equipe do Profissão Repórter acompanha Lorena desde 2021, quando ela tinha quatro anos e já esperava há dois por um transplante.
“Vão tirar o coração que está aqui e colocar um novo. Um coração forte e animado”, dizia Lorena, explicando o procedimento. Em maio deste ano, ela precisou ser internada em estado grave. Quando chegou a hora da cirurgia, foi Lorena quem animou os pais.
“Não é pra chorar, guarda a lágrima. Aí eu desci e fui fazer minha cirurgia. Gente, estou muito bem, muito feliz”, disse Lorena em uma gravação anterior.
Após a operação, já no quarto, Lorena surpreendeu mais uma vez a família.
“Tenho muito orgulho da sua força e garra. Eu aprendo muito com você e estou muito feliz”, disse a mãe de Lorena.
“Isso é ser mãe de verdade. Muito obrigada, mamãe. Te amo muito”, respondeu Lorena.
Ela também fez questão de agradecer à família doadora: “Quero mandar uma mensagem pra família doadora. Eu amei o coração novo que vocês me deram. Se você também quer salvar vidas, diga sim à doação de órgãos. Beijo”, disse Lorena.
O Brasil é referência mundial em transplantes de órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, em 2024, foram realizados pouco mais de sete mil transplantes, sendo a maioria de rim, fígado e coração.
No entanto, esse número poderia ser ainda maior. No primeiro semestre deste ano, cerca de 45% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus entes queridos.
A presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Luciana Haddad, destaca a importância desse ato: “O sistema de transplantes do Brasil é um orgulho, uma referência mundial que salva vidas. Ele envolve a regionalização nos estados e todas as etapas, desde a identificação de um potencial doador até o transplante de órgãos.”
Na casa de Lorena, a gratidão é imensa pela família que permitiu a doação. “Que eles se sintam acolhidos e saibam que deram a vida para minha filha. Não tenho palavras para expressar, só gratidão”, disse a mãe de Lorena.
Com um futuro cheio de possibilidades, Lorena encara a vida com otimismo, pintando seus dias, um de cada vez. “Eu me considero uma guerreira porque já enfrentei muitas batalhas. Dou coragem às pessoas que têm medo”, conclui Lorena.
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