A influenciadora Deolane Bezerra compareceu na manhã desta quarta-feira (25) à 12ª Vara Criminal, no Fórum Rodolfo Aureliano, em Recife, para assinar o termo de compromisso referente ao alvará de soltura, após ser presa durante a Operação Integration. A operação investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo casas de apostas online. Deolane, que responderá em liberdade, chegou ao local por volta das 8h30, acompanhada de seus advogados, e declarou sua inocência.
“Estou me sentindo muito bem. Quero agradecer a todos que agiram com honestidade. Muitas mentiras foram espalhadas. Tenho muita fé em Jesus Cristo e acredito que a Justiça será feita”, afirmou ela ao deixar o fórum.
Na entrada, Deolane foi recebida por fãs que aguardavam sua chegada e aproveitou para agradecer ao desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, relator do caso, responsável por conceder o relaxamento de sua prisão após acatar o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da empresa Esportes da Sorte, também investigada.
“Graças a Deus, o desembargador Eduardo Maranhão reconheceu as ilegalidades no processo, e tudo vai se resolver. Sou inocente e agradeço aos que me apoiaram. Não posso falar sobre o processo, pois está em segredo de Justiça, mas reafirmo que sou inocente”, declarou Deolane.
Ela também afirmou que iria para São Paulo ficar com seus filhos e definiu seu trabalho nas redes sociais como “publicidade”.
Medidas Cautelares
Na terça-feira (24), durante a tarde, Deolane foi liberada da Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste de Pernambuco, onde estava presa desde o dia 10 de setembro. Inicialmente, a Justiça havia decretado prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, mas essa decisão foi revogada um dia após sua liberação por descumprimento das medidas cautelares impostas.
Ainda na tarde de terça-feira, a mãe de Deolane, Solange Alves Bezerra, também foi solta da Colônia Penal Feminina de Iputinga, na Zona Oeste de Recife, onde estava detida desde 4 de setembro. Após sua liberação, ela se apresentou à 12ª Vara Criminal para receber orientações sobre as medidas cautelares que deverá seguir.
Entre as condições estabelecidas pelo desembargador ao aceitar o habeas corpus dos 18 investigados na Operação Integration, estão as seguintes:
- Não podem mudar de endereço sem autorização judicial;
- Não podem deixar a comarca onde residem sem autorização prévia;
- Não podem cometer outra infração penal dolosa;
- Devem se apresentar em até 24 horas à 12ª Vara Criminal para assinatura do Termo de Compromisso e atualização do endereço;
- Não podem frequentar empresas investigadas pela operação ou tomar decisões relacionadas àquelas envolvidas;
- Não podem fazer publicidade ou mencionar qualquer plataforma de jogos.
Cronologia do Caso
Em julho deste ano, Deolane Bezerra fundou uma empresa de apostas, a Zeroumbet, com capital de R$ 30 milhões. No dia 4 de setembro, a influenciadora foi presa durante a Operação Integration, que investiga uma quadrilha suspeita de movimentar R$ 3 bilhões em um esquema de lavagem de dinheiro relacionado a jogos de azar. A Justiça bloqueou R$ 20 milhões em ativos de Deolane e mais R$ 14 milhões de sua empresa.
Além de Deolane, mais de 10 pessoas foram presas, incluindo Darwin Henrique da Silva Filho e sua esposa, Maria Eduarda Filizola. Em seu depoimento, Deolane confirmou ter comprado um Lamborghini Urus S de Darwin por R$ 3,85 milhões. A Polícia Civil identificou indícios de lavagem de dinheiro em transações envolvendo veículos de luxo e jogos de azar.
Após sua prisão, Deolane publicou uma carta no Instagram, alegando ser vítima de injustiça e preconceito, e lamentou a prisão de sua mãe. No dia 9 de setembro, ela foi solta mediante habeas corpus, ficando em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
No entanto, após descumprir as medidas cautelares, sua prisão domiciliar foi revogada no dia 10 de setembro, e ela retornou ao presídio em Buíque. Diversos pedidos de habeas corpus foram negados, incluindo um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) no dia 18 de setembro. Ainda no mesmo dia, a Polícia Civil concluiu o inquérito da Operação Integration e o encaminhou ao Ministério Público.
No dia 20 de setembro, o MPPE solicitou novas diligências à Polícia Civil e recomendou substituir as prisões preventivas por outras medidas cautelares. Já no dia 23, a Justiça decretou a prisão do cantor Gusttavo Lima e do empresário Bóris Maciel Padilha, também suspeitos de envolvimento no esquema.