Foram raros os filmes clássicos do gênero faroeste que colocaram mulheres em papéis centrais, especialmente como protagonistas proativas, ao invés de serem apenas a donzela em perigo. Algumas boas exceções incluem “O Proscrito”, “Johnny Guitar”, “Duelo ao Sol” e “Ardida como Pimenta”.
No entanto, o episódio de quinta-feira de “Renascer”, em 28/03, demonstrou o resultado de um cuidadoso trabalho de atuação naquela casa habitada por mulheres fortes, que servem de exemplo para João Pedro.
A reação de Zinha (Samantha Jones) foi particularmente interessante, quando ela pediu calmamente para que João abaixasse a arma, mantendo a confiança de que a situação estava sob controle.
Mesmo em meio ao desespero de sua mãe adotiva, Morena (Ana Cecília Costa), e à firmeza da Professora Lu (Eli Ferreira), ninguém demonstrou temor diante da ameaça do vilão, Egídio (Vladimir Brichta), que covardemente voltou a mirar sua arma em João.
Tanto Sandra (Giullia Buscacio) quanto as outras mulheres presentes conseguiram desarmá-lo e fazê-lo recuar, agindo de forma destemida e até mesmo anárquica, em uma cena que lembra Bonnie e Clyde.
É notável a crítica à exploração do trabalho na fazenda de Egídio e o contraste elogioso com a representação da cooperativa social na fazenda de João, Zinha e outros, que evoluem até mesmo além do modelo de Zé Inocêncio (Marcos Palmeira).
A sugestão da Professora Lu de levar o cacau para testar sua qualidade com pesquisadores especializados acrescenta um toque elegante à trama.
Essas mulheres que aconselham, participam ativamente e inovam têm um impacto transformador em João Pedro, enquanto Deocleciano (Jackson Antunes), embora presente, serve como uma ponte entre as mulheres e a velha maneira de José Inocêncio.
João, como verdadeiro herdeiro dos dois lados, tem o potencial de conduzir as coisas de maneira inovadora.
Reveja um dos momentos mais emocionantes de Renascer