Na Europa, especialmente na Espanha, a prática de considerar quantias financeiras em casos de crimes sexuais tem sido objeto de críticas. Recentemente, durante o julgamento do ex-lateral da seleção brasileira, Daniel Alves, ficou evidente esse aspecto.
Alves recebeu uma sentença de quatro anos e meio de prisão, moderada em função do depósito de 150 mil euros, equivalente a cerca de R$ 801 mil, para que a vítima, de 23 anos, retirasse a acusação por estupro.
A possibilidade de enfrentar nove anos de prisão caso não pagasse essa quantia foi sugerida pela promotoria, destacando a relevância do fator financeiro na determinação da pena.
A defesa de Alves, liderada por Inês Guardiola, está agora coordenando um pagamento substancial para garantir sua permanência na Espanha e sua eventual liberdade condicional.
Há especulações de que esse valor possa atingir até um milhão de euros, aproximadamente R$ 5,3 milhões, segundo relatos de jornalistas espanhóis.
No entanto, surge a questão de como Alves conseguiria esses recursos, considerando que suas contas estão bloqueadas devido à condenação pelo crime e a um processo de sua ex-mulher.
Há rumores de que o pai do jogador Neymar possa intervir para ajudar Alves, inclusive fornecendo os 150 mil euros que foram depositados inicialmente para reduzir sua sentença.
Considerando a fortuna de Neymar, estimada em cerca de R$ 4,4 bilhões, especula-se que ele poderia facilmente emprestar mais um milhão de euros para seu amigo Alves. Essa possibilidade anima a defesa do ex-jogador.
Apesar de estar preso preventivamente desde janeiro de 2023, Alves já teria cumprido mais de um ano da pena, levando alguns advogados espanhóis a acreditarem que ele não cumprirá integralmente os quatro anos e meio de prisão.
Há quem sugira que, em maio, Alves possa estar em liberdade condicional, possivelmente usando uma tornozeleira eletrônica, devido ao cumprimento de um terço da pena, conforme previsto na legislação espanhola.
Outra possibilidade seria Alves solicitar a expulsão da Espanha, cumprindo o restante da pena no Brasil, especialmente por ser estrangeiro e não ter sido condenado a mais de cinco anos de prisão.
A advogada de Alves, Inês Guardiola, planeja entrar com recursos, buscando reduzir ainda mais a pena do cliente. Enquanto isso, surgem relatos na mídia espanhola de que os honorários advocatícios de Alves estão sendo custeados pelo pai de Neymar.
Essa situação levanta preocupações sobre a influência do poder econômico na redução de penas, mesmo quando a vítima não está interessada na compensação financeira.
Essas práticas foram criticadas por advogados como Ester García, que questionam a pena relativamente branda imposta a Alves, considerando a gravidade do crime de que foi acusado.