A atriz Elizângela do Amaral Vergueiro, mais conhecida pelo nome de Elizângela, faleceu aos 68 anos na sexta-feira, dia 4, na cidade de Guapimirim, situada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Conforme informações da Prefeitura Municipal de Guapimirim, a atriz foi admitida no Hospital Municipal após sofrer uma parada cardiorrespiratória (PCR).
Apesar das diversas tentativas de reanimação realizadas tanto durante o transporte para o hospital quanto na unidade de saúde, infelizmente, não foi possível recuperá-la.
A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma condição médica crítica em que a função cardíaca e respiratória de uma pessoa cessa abruptamente. Essa situação é potencialmente fatal e requer atendimento médico de emergência imediato. As causas da PCR podem ser variadas, e os sintomas geralmente incluem a perda de consciência e a ausência de pulso. Abaixo estão algumas das causas e sintomas associados à parada cardiorrespiratória:
Causas da Parada Cardiorrespiratória:
- Problemas Cardíacos: A maioria das PCRs é desencadeada por problemas cardíacos subjacentes, como arritmias cardíacas, infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco) ou insuficiência cardíaca.
- Asfixia: A obstrução das vias aéreas devido a engasgo, afogamento ou aspiração de objetos estranhos pode levar à PCR.
- Trauma: Lesões graves, como ferimentos na cabeça ou no peito, podem prejudicar o funcionamento do coração e dos pulmões, levando à PCR.
- Choque: Situações de choque, como hemorragias intensas ou infecções graves, podem causar a diminuição da pressão sanguínea, afetando a oxigenação dos órgãos e resultando em PCR.
- Intoxicação: Exposição a toxinas, drogas ou substâncias químicas pode causar alterações no ritmo cardíaco e na função respiratória.
- Hipoventilação: Respiração ineficaz devido a condições como insuficiência respiratória, apneia do sono grave ou insuficiência pulmonar pode levar à PCR.
Sintomas da Parada Cardiorrespiratória:
Os sintomas da parada cardiorrespiratória geralmente são imediatos e incluem:
- Perda de Consciência: A vítima perde a consciência e não responde a estímulos.
- Ausência de Pulso: A pessoa não possui pulso palpável ou detectável.
- Parada da Respiração: Não há movimentos respiratórios observáveis.
- Pele Pálida ou Cianose: A pele pode adquirir uma coloração pálida ou azulada devido à falta de oxigênio.
- Dilatação das Pupilas: As pupilas podem dilatar-se como resultado da falta de oxigênio.
Em situações de parada cardíaca, é de extrema importância agir prontamente. As medidas a serem tomadas incluem:
- Solicitar assistência de emergência imediatamente, ligando para o serviço de emergência médica (como o SAMU ou equivalente) ou pedindo a alguém que o faça.
- Iniciar a RCP (ressuscitação cardiopulmonar) imediatamente, executando compressões torácicas de alta qualidade (a taxa recomendada é de aproximadamente 100-120 compressões por minuto) no centro do peito, intercaladas com ventilações boca-a-boca.
- Utilizar um desfibrilador externo automático (DEA), caso esteja disponível, e seguir as orientações do dispositivo.
A rapidez na ação desempenha um papel crucial em aumentar as chances de sobrevivência em casos de parada cardíaca. Portanto, é fundamental saber como realizar a RCP e estar preparado para agir diante dessa situação.
Trajetória de Elizângela como atriz
Trajetória
Elizangela do Amaral Vergueiro nasceu em 11 de dezembro de 1954 na cidade do Rio de Janeiro. Filha do executivo Emílio do Amaral Vergueiro e da dona de casa Rosalinda da Mata Resende Vergueiro, ela iniciou sua carreira como atriz aos 7 anos de idade na TV Excelsior, onde fazia comerciais ao vivo. Foi descoberta por um produtor da emissora e chamada para estrelar o programa de entrevistas “A Outra Face do Artista”, também transmitido ao vivo.
Na mesma emissora, participou do telejornal vespertino “Jornal Infantil Excelsior” e do programa de variedades “Futurama”, todos eles programas transmitidos ao vivo. Aos 10 anos, ela apresentava o programa de auditório “Essa Gente Inocente”, uma atração que era exibida no horário nobre.
Em 1966, Elizangela deixou a Excelsior e ingressou na TV Globo, onde o diretor Renato Pacote a convidou para fazer um teste de locução com Geraldo Casé. Após ser aprovada, ela foi escalada para ser assistente de Pietro Mario no programa “Capitão Furacão”, que estreou em 1965 como o primeiro programa infantil da Globo. Ela atuou como atriz mirim ajudando na apresentação ao vivo e liderando a equipe de grumetes.
Logo em seguida, ela também se tornou apresentadora de outro programa de variedades, “Show da Cidade”, ao lado dos jornalistas Edna Savaget e Guima (José Antônio de Lima Guimarães), sem deixar de participar do “Capitão Furacão”, que era transmitido imediatamente antes na programação.
Em 1969, Elizangela continuava trabalhando no “Capitão Furacão” quando foi convidada para atuar no longa-metragem “Quelé do Pajeú”, dirigido por Anselmo Duarte. No ano seguinte, ela estrelou outro filme, “O Enterro da Cafetina”, baseado em diferentes histórias de Marcos Rey. Em 1971, teve seu terceiro papel no cinema em “Vale do Canaã”, baseado em um conto de Graça Aranha.
Aos 15 anos, enquanto ganhava experiência em interpretações teatrais, Elizangela foi convidada para atuar em sua primeira novela, “O Cafona” de Bráulio Pedroso, que foi ao ar em 1971. Na trama, ela interpretou Dalva, a filha de Gilberto Athayde, papel de Francisco Cuoco. Sua próxima novela foi “Bandeira 2” de Dias Gomes, onde interpretou Taís, uma das protagonistas, contracenando com Stepan Nercessian.
Em 1972, Elizangela também participou de vários teleteatros, casos especiais e comédias especiais na Globo, incluindo “O Médico e o Monstro” de Robert Louis Stevenson, “A Megera Domada” de William Shakespeare, “Tartufo, o Impostor” de Molière, “Medeia” de Eurípides, “Feliz na Ilusão” de Gilberto Braga e “Somos Todos do Jardim de Infância” de Domingos Oliveira. No mesmo ano, ela atuou na novela “O Bofe” de Bráulio Pedroso e Lauro César Muniz, no papel de Sandra.
Em “Cavalo de Aço” de Walther Negrão, que foi ao ar em 1973, Elizangela interpretou Teresa, uma personagem rebelde e filha de Marta, interpretada por Maria Luíza Castelli, e de Carlão, interpretado por Milton Moraes, e irmã de Santo, interpretado por Carlos Vereza. No ano seguinte, ela interpretou Regina na novela “Supermanoela”, também de Walther Negrão, e, em 1975, ela desempenhou o papel de Lu na novela “Cuca Legal” de Marcos Rey.
Elizangela fez parte do elenco da primeira versão de “Roque Santeiro”, que foi censurada às vésperas da estreia em 1975. Na novela de Dias Gomes, ela interpretaria Tânia, a filha de Sinhozinho Malta. Quando a nova versão da novela foi produzida, dez anos depois, o autor criou um papel especialmente para Elizangela, o da personagem Marilda.
Na novela “Pecado Capital” de 1975, Elizangela interpretou Emilene, irmã da protagonista Lucinha, interpretada por Beth Faria. O nome de sua personagem era uma referência às cantoras Emilinha e Marlene. Em “Locomotivas”, a primeira novela gravada em cores no horário das 19h, que foi ao ar em 1977, Elizangela interpretou Patrícia, a baterista de uma banda independente. Dois anos depois, em “Feijão Maravilha” de 1979, ela interpretou mais um papel de uma personagem rebelde, contracenando com atores como Marco Nanini, Marcelo Picchi, Grande Otelo e Lucélia Santos, entre outros.
Na década de 1970, Elizangela também fez diversas participações em programas humorísticos da Globo, incluindo os programas de Jô Soares, Chico Anysio e Renato Aragão. Além disso, ela atuou como cantora, gravando um compacto com a música “Pertinho de Você”, de Hugo Bellard, que se tornou um sucesso em 1979.
Na novela “Jogo da Vida” de 1981, escrita por Silvio de Abreu, Elizangela interpretou Mariúcha, uma empregada doméstica que assediava o patrão, interpretado por Gracindo Júnior. Sua personagem ficou marcada pela gag de olhar diretamente para a câmera e piscar toda vez que estava prestes a pregar uma peça.
Em “Paraíso – 1ª versão” de 1982, escrita por Benedito Ruy Barbosa, Elizangela foi Maria Rosa, filha de Aurora, interpretada por Tereza Rachel, e do prefeito Norberto, interpretado por Sérgio Britto. Em 1986, a atriz trabalhou na novela “Tudo ou Nada” da TV Manchete. Ela retornou à Globo em 1991 para atuar na comédia “Estados Anysios.
Em 2014, Elizangela participou do seriado “Segunda Dama” no papel de Edinéia e também fez parte do elenco da novela “Império” interpretando o personagem Jurema. Em 2017, ela desempenhou o papel de Aurora, mãe da personagem Bibi, interpretada por Juliana Paes, na novela “A Força do Querer”. Sua personagem enfrentou dificuldades ao ver a filha envolvida no mundo do crime, mas permaneceu ao seu lado, mesmo diante das situações complicadas. Elizangela retornou ao horário nobre das 21h em uma participação na novela “A Dona do Pedaço” (2019), escrita por Walcyr Carrasco.